
A gagueira ocorre quando o fluxo da fala normal é interrompido anormalmente por repetições, prolongamentos ou bloqueios ou por comportamento de evitação ou luta.
- Gagueira, como uma entidade, tem existido através de toda a História.
- A incidência de gagueira varia de acordo com diferentes culturas.
- Gagueira é um problema de infância, geralmente tendo seu início antes dos seis anos de idade.
- A gagueira é encontrada mais freqüentemente em pessoas do sexo masculino.
- A gagueira apresenta um padrão de incidência familiar.
- A gagueira pode ser precipitada e perpetuada por certos eventos ambientais.
- A gagueira tende a aparecer mais freqüentemente em crianças descritas como sensíveis que podem ser mais vulneráveis ou susceptíveis à tensão.
- As características básicas da gagueira consistem em repetições de partes de palavras (fonemas, sílabas) ou prolongamentos. Estas fixações de postura podem ser audíveis ou silenciosas e tendem a ocorrer mais freqüentemente no começo de uma emissão e em palavras mais longas.
- A gagueira tende a exibir ciclos de freqüência e severidade em um mesmo indivíduo.
- A gagueira consiste em grande parte em um comportamento de evitação e de fuga.
- A gagueira é freqüentemente associada com a expectativa e a antecipação de sua ocorrência.
- A gagueira é um problema pessoal: indivíduos que gaguejam relatam medo, frustrações, insatisfações consigo mesmos, baixo nível de aspiração, perda de auto-estima.
- A gagueira é um evento psico-social. Os fenômenos visuais e auditivos que ocorrem durante o ato da gagueira são estímulos nocivos numa situação de comunicação. Os ouvintes tendem a reagir de diversas maneiras, tanto implícitas quanto explícitas. A pessoa que gagueja, por sua vez, tende a reagir à resposta do ouvinte.

QUANDO AS PALAVRAS NÃO FLUEM
Vivemos em um mundo dominado pela palavra falada. Para a maior parte das pessoas, falar não constitui problema algum. Elas simplesmente abrem a boca e – sem pensar no complexo mecanismo envolvido neste ato – ouvem suas palavras fluindo como água cristalina descendo a montanha. Falar é fácil, fazer é que são elas, diz o conhecido ditado popular. Só que para algumas pessoas, falar não é fácil.
Se você gagueja, está em boa companhia. Através da Historia, sabe-se de pessoas famosas que gaguejavam. Entre estas podemos citar Moisés, Aristóteles, Isaac Newton, Charles Darwin, Lewis Carroll, Winston Churchill, Marylyn Monroe e muitos outros.
A gagueira é um problema pessoal: indivíduos que gaguejam relatam medo, frustrações, insatisfações, baixo nível de aspiração e perda de autoestima. A gagueira é um fenômeno psicossocial. Raramente uma pessoa gagueja quando sozinha.
Se você gagueja, sabe que a experiência de gaguejar é muito mais do que simples bloqueios ou repetições de fonemas ou silabas. Pode afetar sua vida como um todo. Esta experiência inclui um constante medo de situações de fala, o medo do ridículo e da rejeição. Se você gagueja, conhece muito bem a incerteza de não saber se as palavras fluirão quando mais se precisa delas. E provavelmente já experimentou também:
– A sensação de sentir-se abandonado pela fala numa situação crucial.
– A frustração de não ser capaz de dizer o que deseja, no momento em que precisa.
– A ansiedade só de pensar que pode ser chamado para falar em público.
– O vexame de não conseguir dizer o próprio nome ao se apresentar.
– O medo que o leva a fugir de situações de comunicação que gostaria de enfrentar.
– A humilhação de ser caçoado por pessoas cruéis.
– A desilusão de ver outra pessoa menos capaz ocupando sua vaga de trabalho, só por ser mais fluente.
– A resignação de renunciar a uma profissão que gosta só porque esta envolve comunicação.
– A indignação de ser constantemente “ajudado” a terminar as palavras.
– A raiva por ter que andar cinco quarteirões até o supermercado por não ter coragem de pedir o pão na padaria.

A gagueira ocorre quando o fluxo da fala normal é interrompido anormalmente por repetições, prolongamentos ou bloqueios ou por comportamento de evitação ou luta.
- Gagueira, como uma entidade, tem existido através de toda a História.
- A incidência de gagueira varia de acordo com diferentes culturas.
- Gagueira é um problema de infância, geralmente tendo seu início antes dos seis anos de idade.
- A gagueira é encontrada mais freqüentemente em pessoas do sexo masculino.
- A gagueira apresenta um padrão de incidência familiar.
- A gagueira pode ser precipitada e perpetuada por certos eventos ambientais.
- A gagueira tende a aparecer mais freqüentemente em crianças descritas como sensíveis que podem ser mais vulneráveis ou susceptíveis à tensão.
- As características básicas da gagueira consistem em repetições de partes de palavras (fonemas, sílabas) ou prolongamentos. Estas fixações de postura podem ser audíveis ou silenciosas e tendem a ocorrer mais freqüentemente no começo de uma emissão e em palavras mais longas.
- A gagueira tende a exibir ciclos de freqüência e severidade em um mesmo indivíduo.
- A gagueira consiste em grande parte em um comportamento de evitação e de fuga.
- A gagueira é freqüentemente associada com a expectativa e a antecipação de sua ocorrência.
- A gagueira é um problema pessoal: indivíduos que gaguejam relatam medo, frustrações, insatisfações consigo mesmos, baixo nível de aspiração, perda de auto-estima.
- A gagueira é um evento psico-social. Os fenômenos visuais e auditivos que ocorrem durante o ato da gagueira são estímulos nocivos numa situação de comunicação. Os ouvintes tendem a reagir de diversas maneiras, tanto implícitas quanto explícitas. A pessoa que gagueja, por sua vez, tende a reagir à resposta do ouvinte.

1- SINTOMAS ASSOCIADOS:
Além de repetições, prolongamentos, pausas e bloqueios, incluímos na gagueira os chamados sintomas associados:
- Atividade muscular associada;
- Reação de pele;
- Fragmentos de fala interpostos na emissão.
O significado destas reações: para o gago, estes comportamentos se tornam efetivos por sua capacidade de distrair a atenção momentaneamente. (Mas de nada adianta, pois o comportamento se torna automático).
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL:
Há alguns tipos de disfluência que podem ser confundidos com gagueira:
1- Reações episódicas ao stress:
(Característica crucial: a disfluência decresce ou cessa quando o stress termina).
2- Gagueira histérica ou neurótica;
3- Disfluência seguidas de lesões cerebrais;
(O indivíduo tem dificuldade em formular mensagens e em programar as seqüências motoras apropriadas para expressar seu pensamento).
4- Gagueira entre os deficientes mentais;
Características: padrão clônico, repetitivo; inexistência de medo de sons ou palavras; nenhuma antecipação da dificuldade.
5- Taquifemia.
TEORIAS:
1- Gagueira como resultado de um conflito psiconeurótico;
2- Teorias orgânicas;
3- Teoria de aprendizagem;
4- Teoria psicobiológica (Dean Engel):
Reconhece a existência de fatores predisponentes de origem genética e neurológica; de fatores precipitantes de origem ambiental; e de fatores perpetuantes. (Uma vez iniciada a repetição involuntária, o indivíduo começa a temê-la. Quanto mais ele teme, mais gagueja, quanto mais gagueja, mais teme. A gagueira se auto-perpetua.
FREQUÊNCIA DA GAGUEIRA:
Condições gerais sob as quais a gagueira varia (aumenta ou diminui):
A gagueira varia de acordo com:
- o grau de responsabilidade de comunicação;
- as reações do ouvinte enquanto percebidas pelo gago;
- o desejo de aprovação;
- as distrações na situação da fala. Os estímulos que podem servir como distração são numerosos. Podemos dividi-los em três categorias:
1- Mudanças no padrão da fala;
2- Atividades associadas à fala;
3- Estimulação intensa.
- sugestão; ex: hipnose.
- mudanças na tensão física;
- período de latência da resposta;
- presença ou ausência de pistas às quais está associada.
Notamos nestas condições: punição e antecipação.
Punição afeta a gagueira na medida em que é antecipada.
Antecipação é aumentada sob condições que envolvem punição.
A antecipação da punição define ANSIEDADE.

AVALIAÇÃO E TRATAMENTO EM CRIANÇAS PEQUENAS:
(Início da gagueira)
Clínicos concordam que o problema da gagueira é muito mais fácil de prevenir em crianças do que tratar em adultos. Realmente, o fato de se detectar precocemente e tomar as medidas necessárias se constitui em uma das mais valiosas contribuições que um fonoaudiólogo pode oferecer.
O examinador tem que responder às seguintes questões:
- A criança está gaguejando?
- Se está, quanto o problema progrediu?
- Quando começou?
- Que fatores estavam associados ao aparecimento do problema?
- Quão ciente está a criança do fato de que sua fala está bloqueada?
- Como os ouvintes tentam ajudá-la e como ela responde às suas atitudes?
- Como podemos alterar o ambiente da criança para evitar que o problema se torne pior?
PLANO DE TRATAMENTO:
O tratamento de uma criança que está começando a gaguejar é amplamente indireto: trabalhamos para mudar o ambiente através da orientação aos pais.
Controlando variáveis: é útil verificar em que circunstâncias a criança tem as maiores interrupções na fala. Com quem ela gagueja mais? Quando? Em que ocasiões (quando está cansada, excitada, etc.) A partir do momento que se descobre como e porquê a criança está hesitando, então estamos aptos a modificar estas circunstâncias.
Cabe ao clínico prover sugestões gerais e específicas para mudar a interação no lar e relacionamento pais - filhos.
Quando se pode intervir antes que a criança desenvolva medo e reações de fuga e os pais são abertos à orientação, o prognóstico de cura é excelente.
AVALIAÇÃO DE CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR:
Este grupo de crianças de aproximadamente 7 a 12 anos de idade, não está apenas começando a gaguejar; não estão apenas repetindo ou hesitando. Eles lutam quando falam e tentam esconder suas dificuldades; eles são frustrados. O ciclo de perpetuação já se iniciou e agora é necessário tratar diretamente da gagueira.
Usar eufemismos como “seu probleminha de fala” e evitar a palavra gagueira leva a uma conspiração de silêncio que apenas dificulta mais as coisas.
As crianças desta idade respondem a uma abordagem aberta, honesta e objetiva.
O terapeuta prepara uma descrição do padrão da gagueira da criança:
- Quão freqüentemente ela bloqueia?
- Quão severas são as disfluências?
- Quão complexo é o momento da gagueira?
Devemos notar comportamentos de fuga, reações de medo e sinais de frustração. Estamos também interessados em saber como a criança se vê em relação a seu problema. Para isso, usamos procedimentos informais: desenhos, dramatizações com fantoches, “três desejos”, etc.
Prognóstico:
Fatores cruciais para a melhora:
- Nenhum registro anterior de tratamento mal sucedido. Uma ausência de tratamento anterior parece ter mais sucesso do que quando há uma história de terapia fracassada.
- Pais que cooperam e que participam de um programa de aconselhamento.
- Um padrão de gagueira predominantemente clônico (caracterizado por repetições);
- Nenhum outro problema significativo (outras dificuldades);
Quando a criança tem outras fontes de sucesso (esportes, música, etc.).
TERAPIA:
- Relaxamento;
- Tratamento baseado no pressuposto de que gagueira é um comportamento aprendido e que este pode ser desaprendido ou modificado para capacitar a pessoa a falar com fluência.
Devemos lembrar que a ocorrência, freqüência e severidade da gagueira variam sistematicamente em função de determinados fatores, de modo que, decrescendo estes fatores, a gagueira também irá decrescer. A gagueira, como todo comportamento humano, segue certas leis, e como todo comportamento, pode ser mudado.
O que torna a gagueira pior?
- Frustração, ansiedade, culpa, hostilidade;
- Medo de situações, palavras e sons;
- Stress de comunicação;
- Baixa auto-estima.
Em resumo, nossa tarefa em terapia é avaliar a força de cada um destes fatores e reduzi-los a um nível tão baixo quanto possível.
CONDICIONAMENTO OPERANTE APLICADO À GAGUEIRA: (RYAN):
O programa tem 3 fases:
- estabelecimento;
- transferência;
- manutenção.
Objetivos:
1) Na fase de estabelecimento o objetivo é ajudar a pessoa a adquirir uma fala fluente na presença do terapeuta;
2) Na fase de transferência o objetivo é alcançar a fluência numa grande variedade de situações de fala;
3) Na fase de manutenção o objetivo é manter esta fala fluente em todas as situações por um extenso período de tempo.
Um dos princípios do condicionamento operante é que o terapeuta deve cuidadosamente definir o comportamento que deve ser mudado. A unidade do comportamento fica sendo a palavra gaguejada.
Contagem é crucial para o programa operante.
Outro princípio diz que o terapeuta precisa acoplar uma conseqüência ao comportamento que deve ser mudado. No início, bastante reforço é necessário.
No programa, há cinco passos básicos:
- linha de base;
- identificação;
- cancelamento;
- modificação;
- fluência.
Há três modalidades:
- leitura;
-monólogo;
-conversação.
BIBLIOGRAFIA
- Emerick, John - Hatten, John - Diagnosis and Evaluation in Speech Pathology, 1974.
- Bloodstein, Oliver - A Handbook on Stuttering, 1969.
- Brutten, Eugene - Shoemaker, Donald - The Modification on Stuttering.
- Van Riper, Charles - Speech Corretion, 1972.
- Travis, Lee Edward - Handbook of Speech Pathology and Audiology, 1971.
- Ryan, Bruce - An Illustration of Operant Conditioning Therapy for Stuttering.
